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Envelhecimento no Amazonas: lacuna nas produções acadêmicas

Ante o aumento do número de idosos no estado do Amazonas, que ainda é reduzido em relação ao país, e pensando na Gerontologia como a ciência que estuda o envelhecimento humano, quis saber o que se vem estudando em relação a esta temática na região. Será que as pesquisas que estão sendo realizadas no Estado atentam para as necessidades físicas, emocionais e sociais do idoso?

Jose Wanderley Correia da Silva * Fotos: Socorro Lima

 

Está previsto para 2050 que um quarto da população mundial será de idosos, o equivalente a dois bilhões de habitantes. Em países em desenvolvimento como o Brasil, esta situação é acompanhada por necessidades sociais e de saúde como: analfabetismo, pobreza, elevada projeção de doenças crônicas, pouco acesso aos serviços sociais e de saúde, número insuficiente de programas para a população idosa, e ausência de políticas voltadas para a prevenção e promoção de saúde que considere o curso de vida.

O desafio da Gerontologia como um campo de estudos e de atuação profissional concentra-se em garantir que a velhice e o processo de envelhecimento sejam processos orientados e bem-assistidos. Torna-se imprescindível que o aumento da expectativa de vida seja acompanhado por ganhos na qualidade de vida, satisfação e bem-estar.

De acordo com a Síntese de Desempenho do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os idosos da população do Amazonas significam 7,1%. Em dez anos, de 2001 até 2011, houve um aumento de 155 mil pessoas com 60 anos ou mais no estado e hoje somam 255 mil. Em média, há um idoso para cada cinco pessoas com menos de 15 anos.

Dados do IBGE indicam que, nos últimos 40 anos, a população de Manaus com idade acima de 60 anos cresceu mais de dez vezes, saltando de 10.584 para 108.902 habitantes. Mesmo com os transtornos e a correria da vida urbana, a população da capital amazonense tem vivido mais.

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Ante o aumento do número de idosos no estado do Amazonas, que ainda é reduzido em relação ao país, e pensando na Gerontologia como a ciência que estuda o envelhecimento humano, quis saber o que se vem estudando em relação a esta temática na região. Será que as pesquisas que estão sendo realizadas no Estado atentam para as necessidades físicas, emocionais e sociais do idoso?

A investigação foi elaborada por meio do levantamento quantitativo das pesquisas realizadas e publicadas no Portal do Periódico Capes, utilizando as palavras-chave “Envelhecimento – Estado de Manaus” e Fisioterapia – Estado de Manaus. Foram encontrados 25 artigos em sua totalidade, sendo descartados os artigos em inglês, ficando um total de 19 artigos. Para as palavras-chave “Envelhecimento – Estado do Amazonas”, foram considerados 11 artigos e para as palavras-chave “Fisioterapia – Estado do Amazonas” foram considerados oito artigos.

O material traz uma síntese do que foi encontrado, classificamos a autoria dos artigos por formação dos autores. A área que mais realizou publicações, segundo o levantamento realizado, foi a área da saúde, apresentando um total de 13 publicações, em seguida as áreas de filosofia, gestão financeira, administração pública, política, relações internacionais e engenharia com uma publicação para cada.

As subáreas dentro da área da saúde encontradas foram: saúde ambiental (1 publicação), nutrição (3 publicações), saúde pública (6 publicações), ciências biológicas (1 publicação), fisioterapia (2 publicações). Subáreas dentro de administração pública: gestão, finanças, contabilidade (2 publicações).

Quanto ao sexo dos autores que publicaram no Periódicos Capes, observamos que a predominância é do sexo masculino, totalizando 76% e do sexo feminino 26%.

Verificamos que a maior parte das produções publicados não está diretamente relacionada ao processo de envelhecimento ou ao estado de Manaus. Vale ainda ressaltar que nenhuma abordou o tema pesquisado com enfoque gerontológico. Constatamos a escassez de pesquisas publicadas referente ao processo de envelhecimento no estado do Amazonas.

Fica evidente a necessidade de maior atenção a pesquisas voltadas para a região e para esse perfil de público, tendo em vista a necessidade de atividades que contribuam para o bem-estar e saúde de uma população crescente. O trabalho voltado para os mesmos pode contribuir, inclusive, para a situação econômica do estado, tendo em vista a prevenção de gastos com a saúde.

* Wanderley Correia – Fisioterapeuta, Pós Graduado em Ortopedia pelo Albert Einstein e Mestrando em Gerontologia pela PUC-SP. E-mail: fisiowanderleycorreia@gmail.com

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