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Empresas terão de se adaptar a funcionários mais velhos, diz Ipea

Estudo divulgado recentemente pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) afirma que as empresas precisarão se adaptar ao envelhecimento da população. Segundo Ana Amélia Camarano, técnica de planejamento e pesquisa do instituto, as empresas precisam investir em saúde ocupacional para viabilizar a permanência do trabalhador no mercado de trabalho por um período mais longo.

 

 

Com base nos dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), o Ipea estima que a população atingirá o pico em 2030 com um contingente de 206,8 milhões de pessoas. Na prática, com a queda na fecundidade e a tendência de envelhecimento, o instituto afirma que os novos empregos no futuro deverão se concentrar na população maior de 45 anos. Esta população será responsável por 56,3% da futura população em idade ativa.

Nos últimos anos, a participação dos idosos no total da população tem avançado em ritmo acelerado. Em 1992, eles representavam 7,9% da população e no ano passado chegaram a 11,4%.

Camarano afirma que um dos caminhos possíveis é seguir a tendência já verificada em outros países de rediscutir a idade mínima de aposentadoria. “É bom, é importante não só para a questão fiscal, mas para o próprio indivíduo não sair do mercado de trabalho”, disse.

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A pesquisadora afirma ainda que é importante reduzir o preconceito em relação ao trabalho dos idosos. “A própria aposentadoria compulsória aos 70 anos é fruto de preconceito, a sociedade e os empregadores terão de rever essa atitude até porque caso contrário não haverá gente para ocupar essas vagas”, disse.

O estudo confirma ainda mudanças nos arranjos familiares, com o crescimento do número de pessoas que permanecem na casa dos pais ou que voltam a morar com eles. No ano passado, em 6,2 milhões de famílias onde o idoso era chefe ou era casado com o chefe da residência os filhos moravam junto. Nestes casos, os idosos contribuíam com a maior parte da renda familiar: 54,8%.

Os números mostram que os rendimentos referentes a benefícios da seguridade social são compartilhados na família. Em 2009, 77% da população idosa ou 16,6 milhões de pessoas recebiam algum tipo de benefício, como previdência urbana, previdência rural, assistência social e pensões por morte.

Mesmo no caso de idosos que moram na casa de outros parentes, os mais velhos contribuíam com cerca de 23,1% na renda familiar.

Segundo Camarano, as quatro políticas públicas mais importantes para os idosos são: renda para compensar a perda da capacidade de trabalho, saúde, cuidados de longa duração e a criação de condições de vida, como habitação, infraestrutura e acessibilidade voltadas para esta faixa etária. “É preciso avançar em saúde e cuidados. Essa é uma área em que o Brasil não avançou. Os cuidados da população idosa ainda recaem sobre a família, principalmente sobre a mulher”, disse.

Fonte: folha.com. Acesse Aqui

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