A educação para o envelhecimento tem buscado ajudar as pessoas a aceitarem sua condição no decurso da vida, de forma natural, saudável e participativa, motivando-as a viver bem, aproveitando as oportunidades de realização de sonhos ainda não vividos.
A longevidade sempre foi e ainda é a grande aspiração da humanidade que enfrenta desafios que incluem vários aspectos, entre eles questões de saúde, sociais, econômicas, psicológicas, filosóficas, bioéticas e espirituais.
Segundo dados das Nações Unidas (2013) nos defrontamos com um grande aumento da população mundial idosa. Em 2011 essa população correspondeu a 11% e em 2050 será de 20%.
No Brasil, segundo dados do IPEA (2014) teremos de 2010 a 2050 mudanças significativas, sendo o número de idosos com 60 anos cerca de 47,5 milhões, representando que essa população irá triplicar.
Outra importante alteração será com a população de mais de 80 anos, ou seja, em 2010 tivemos 3 milhões e em 2050 serão 13 milhões de muitos idosos, isso nos indica que quadruplicará essa população com maior tendência a ter dependência.
Considerando-se a velocidade contemporânea das mudanças do século XXI e o aumento significativo do superenvelhecimento percebe-se a urgência de uma educação para a velhice.
Erikson (1998) demonstrou preocupação com o ajustamento psicossocial do indivíduo e os reflexos dessa condição sobre a sociedade, criando o termo geratividade que seria uma reação de ajustamento a estagnação da personalidade das pessoas que estão envelhecendo. Seriam as 8 idades com conflitos e soluções sendo que incluiriam a criatividade e produtividade para alcançar o bem-estar subjetivo e a qualidade de vida.
Neri (1993) acrescenta que “a satisfação na velhice dependeria da capacidade de manter ou restaurar o bem-estar subjetivo justamente numa época da vida em que a pessoa está mais exposta a riscos e crises de natureza biológica, psicológica e social.”
O processo de se reconhecer a si próprio nos leva a saber o que gostamos e o que nos dá prazer e aquilo que nos gera insegurança e medo, possibilitando uma adaptação a esse novo desafio da longevidade.
O atendimento psicogerontológico em consultório procura melhorar a autoestima, a memória afetiva e cognitiva e o autoconhecimento na descoberta de novos talentos e na efetivação de projetos de vida.
A educação para o envelhecimento tem buscado ajudar as pessoas a aceitarem sua condição no decurso da vida, de forma natural, saudável e participativa, motivando-as a viver bem, aproveitando as oportunidades de realização de sonhos ainda não vividos.
Os cursos de educação para o envelhecimento e o de aperfeiçoamento em gerontologia social do instituto Sedes Sapientae (SP), os quais sou docente, possibilitam uma compreensão das relações existenciais dessa fase de vida e dos cuidados efetivos dessa nova população muito idosa.
Portanto, devemos aceitar que envelhecer é uma evolução normal da vida e esta fase pode e deve ser vivida com qualidade e crescimento pessoal.
Vamos nos preparar!!!
Referências
Camarano, Ana Amélia (Org.) Novo regime demográfico. IPEA, 2014.
ERIKSON, H. E. Childhood and Society. New York: W W Nostrand, 1950
NERI, Anita Liberalesso (Org.). Qualidade de Vida e Idade Madura. Campinas: Papirus, 1993.
ONU. Plano Internacional de Ação sobre o Envelhecimento, 2013
PENNA, Fabíola Braz; SANTO, Fátima Helena do Espírito. O movimento das emoções na vida dos idosos: um estudo com um grupo da terceira idade. RevEletr.Enf.[online].abr.2006, vol.8,nº.1,p.17. Disponível: em: <https://www.portalbvsenf.eerp.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-Acesso 2009.