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Educação é o grande desafio em cuidados paliativos no Brasil

Em entrevista, Dra. Maria Goretti Sales Maciel, presidente da ANCP, e diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo, diz que o principal desafio no Brasil em relação aos cuidados paliativos é a educação. Segundo ela, profissionais bem formados defendem a prática dos cuidados paliativos, que só têm a contribuir para o bem-estar dos doentes, de suas famílias, dos colegas profissionais e, ainda, com a sustentabilidade dos próprios serviços de saúde.

Redação ANCP *

 

No Brasil, os cuidados paliativos ainda são pouco discutidos nas universidades, na esfera governamental e no âmbito familiar. Até mesmo as faculdades de Medicina têm dificuldade em tratar do assunto em sala de aula. Para promover essa discussão, entre os dias 21 e 24 de setembro acontece o VI Congresso Internacional de Cuidados Paliativos e o III Congresso Lusófono de Cuidados Paliativos em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Organizado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), o evento pretende reunir profissionais da saúde, governo e comunidade acadêmica em torno do tema “Brasil, mostra tua cara”, refrão da música Brasil, de Cazuza, para discutir a realidade dos cuidados paliativos no país.

Para falar mais sobre o evento, conversamos com a Dra. Maria Goretti Sales Maciel, presidente da ANCP, médica especializada em Medicina Geral e Comunitária e diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe).

Dra Maria Goretti, quais são os principais destaques em termos de discussões e apresentações do VI Congresso?

Dra. Maria Goretti Sales Maciel – O maior destaque deste VI Congresso será a partilha de conhecimento em cuidados paliativos no Brasil. Temos visto surgir várias iniciativas e ainda pouco se conhece em relação ao que estamos fazendo. Digo isso tanto em termos de assistência ao paciente, como em relação ao ensino de cuidados paliativos. Como somos, como nos organizamos, o que fazemos de melhor e como poderemos crescer é o foco da discussão. Cremos que só poderemos construir uma política de cuidados paliativos para o Brasil a partir dos modelos que já construímos espontaneamente.

Como foi a escolha do tema “Brasil, mostra a tua cara”?

Ouvindo Cazuza, prestei atenção à letra e fiz a associação com nossas discussões. A música tornou-se então o mote do Congresso.

O que a senhora destaca como principais contribuições em fazer o congresso junto ao Congresso Lusófono?

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Estamos ainda muito distantes de uma política nacional de cuidados paliativos? O que falta ser trilhado nesse sentido?

Neste exato momento, o Brasil é um país sem presente e sem futuro. Uma política de cuidados paliativos necessitará do compromisso de toda a comunidade de profissionais da área. Mais do que nunca precisamos nos organizar e produzir propostas, porque a necessidade é imensa, e cuidados paliativos podem ser inseridos em qualquer modelo de saúde e em todos os níveis de assistência.

Qual a senhora considera o principal desafio no Brasil em relação aos cuidados paliativos?

Educação. Esse é o nosso grande desafio para hoje. Profissionais bem formados defendem a prática dos cuidados paliativos, que só têm a contribuir para o bem-estar dos doentes, de suas famílias, dos colegas profissionais e, ainda, com a sustentabilidade dos próprios serviços de saúde.

Por que a escolha de Bento Gonçalves como sede do evento e quantos participantes são esperados?

A ideia é que o Congresso seja itinerante e vá a todas as regiões do Brasil. Esta é a vez do Sul. Nada melhor que uma cidade agradável, bonita e muito aconchegante. Esperamos entre 1000 a 1200 participantes. Desejo que todos os serviços em cuidados paliativos compareçam e de fato possam mostrar a sua cara!

O que a senhora espera que seja a grande contribuição do congresso deste ano?

Muita reflexão e união. Juntos poderemos construir, ser criativos e crescer.

* Redação ANCP – Acesse Aqui

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