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Dispositivo verifica estágio de cicatrização de feridas e necessidade de medicamento

O monitoramento do perfil elétrico possibilita a análise da saúde da pele, o que é bastante relevante, tendo em vista que as feridas refletem danos ao tecido antes mesmo de se tornarem visíveis. No caso das úlceras de pressão, por exemplo, o sistema permite que elas sejam detectadas ainda num estágio inicial (reversível) e evitadas, trocando o paciente de posição no momento adequado, de acordo com o grau da ferida. O próximo passo é testar o sistema inovador na pele humana.

Rui Sintra(*) Foto: Divulgação

Pesquisa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP desenvolveu uma placa de circuito flexível inovadora, descartável, impressa e transparente (o que facilita sua aplicação), a qual permite analisar de forma quantitativa o estágio da cicatrização de feridas e verificar se há a necessidade de medicamento.

O dispositivo é indicado principalmente em casos de úlceras de pressão, situações complexas comuns em idosos e pacientes que ficam acamados durante um longo período.

“A placa entra em contato com a ferida, então buscamos fabricar uma versão impressa por jato-de-tinta que fosse flexível e menos agressiva”, explica Felippe Pavinatto, um dos pesquisadores responsáveis por esse trabalho.

A pesquisa deu origem a um artigo publicado na Nature Communications e coescrito por Felippe José Pavinatto, pesquisador do IFSC, em parceria com especialistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos, relatando o desenvolvimento da citada placa de circuito flexível, capaz de detectar eletricamente as feridas na pele, inclusive aquelas que ainda não são visíveis.

O monitoramento do perfil elétrico possibilita a análise da saúde da pele, o que é bastante relevante, tendo em vista que as feridas refletem danos ao tecido antes mesmo de se tornarem visíveis. No caso das úlceras de pressão, por exemplo, o sistema permite que elas sejam detectadas ainda num estágio inicial (reversível) e evitadas, trocando o paciente de posição no momento adequado, de acordo com o grau da ferida. Os testes com a nova metodologia já foram realizados em ratos e o próximo passo é testar o sistema inovador na pele humana.

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Tal estudo foi desenvolvido durante a realização do pós-doutorado de Felippe nos grupos de pesquisa dos professores Michel Maharbiz e Ana Claudia Arias, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. De acordo com Pavinatto, a pesquisa que resultou na fabricação da placa flexível durou aproximadamente um ano.

Integração

Agora, os pesquisadores dos Estados Unidos já estão trabalhando no patenteamento da nova metodologia, sendo que a placa deverá ser integrada em outros dispositivos médicos já utilizados, contribuindo, por exemplo, com pacientes que possuem feridas crônicas e que necessitam da utilização de uma esponja para limpar a região afetada: “A nova placa será possivelmente inserida nessa esponja, para que se possa fazer um monitoramento online da cicatrização da ferida”, diz ele.

Com a fabricação finalizada do dispositivo flexível, Pavinatto já está trabalhando em uma nova vertente dessa pesquisa, junto com aqueles pesquisadores. Desta vez, o objetivo principal é desenvolver uma versão absorvível do sistema para aplicações internas, ou seja, uma versão que possa ser implantada dentro do corpo do paciente, para que seja possível monitorar a cicatrização das feridas internas. “Queremos que o corpo absorva os materiais dessa placa após alguns meses, depois que ela já desempenhou sua função”, explica ele, acrescentando que, para isso, é necessário encontrar materiais bioabsorvíveis, tais como tinta e substrato — que atuarão como o “plástico” do instrumento.

Após descobrir o substrato adequado, Pavinatto e os pesquisadores norte-americanos pretendem acoplar baterias e um transmissor wireless no dispositivo, para que seja viável a comunicação com esse sistema, sem a necessidade de realizar um processo invasivo. “A placa será controlada remotamente por um sistema fora do corpo do paciente”, conclui.

No âmbito do referido trabalho, Felippe Pavinatto já está estudando as possibilidades de aplicar biossensores impressos em uma pesquisa realizada pelo docente do IFSC, Osvaldo Novais de Oliveira Junior, cujo objetivo é diagnosticar precocemente o câncer. Pavinatto tem mantido contato frequente com o professor Oliveira para avaliar as chances de associar os biossensores, via impressão, às metodologias desenvolvidas pelo grupo do docente. Além disso, em breve, o jovem pesquisador deverá visitar o Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, onde conversará com médicos e analisará algumas oportunidades para, talvez, criar uma parceria, consolidando esse novo trabalho, aproveitando as interações já estabelecidas com o hospital.

(*)Rui Sintra – Assessoria de Comunicação do IFSC comunicifsc@ifsc.usp.br. Publicado em 6/abril/2015 – Disponível Aqui

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