“Eu preciso de uma alma nova”. Em hebraico, ani tsrihá neshamá hadash. Sob essa certeza, Dina Gelernter partirá em maio para Israel, onde ficará seis meses, em uma viagem que havia combinado fazer com o marido, Moisés. Mas ele morreu em setembro de 2011; aos 77 anos, Dina não cancelou o projeto, lembrando que todo ser humano “precisa de um sonho”.
Guilherme Salgado Rocha
Se alguém estranha essa viagem aos 77 anos, registre-se que ela entrou para a faculdade de Psicologia aos 48 anos, formando-se aos 52. Fez estudos de terapia corporal, pois não queria uma relação terapeuta/paciente que se baseasse na “assepsia”.
Uma tentativa de assalto, em 1974, mudou sua vida. Percebendo-se encastelada, distante da realidade que acontecia fora dos muros de sua casa, decidiu ser voluntária em uma favela, lá permanecendo durante três anos.
Depois, já formada, trabalhou com crianças, adolescentes e mulheres adultas vítimas de abuso sexual. Mais tarde, ao perceber o que se passava com o marido, que havia se aposentado, decide “voltar para casa”, deixando de trabalhar fora.
Adora música, toca piano, compõe. O maestro Diogo Pacheco foi seu professor, e teve o maestro Isaac Karabtchevsky como colega de coral.
Em 1997 teve um câncer no rim, descoberto prematuramente. O que a ajudou a decidir deixar de trabalhar como terapeuta.
Agora, quer ir para o “deserto” a fim de ver se se encontra. Daqui ficamos torcendo. Leia a entrevista na íntegra na edição atual da REVISTA PORTAL de Divulgação.