Como consegui chegar aos 85 anos com a mente tão lúcida e em pleno vigor varonil e mental? É a pergunta que o engenheiro civil Izrael Rotenberg faz a si mesmo. E ele próprio responde: “desde a adolescência convivi com constantes inquietudes espirituais – isto me faz lembrar do premiado filme A árvore da vida -, aos quais sempre busquei suas respostas.
Aos 55 anos de idade Izrael Rotenberg conheceu a ciência logosófica, que o levou ao conhecimento de si mesmo que tanto falava Sócrates. Desde então ele é adepto desta filosofia. E essa é a razão de aos 85 anos ainda se interessar pelos problemas humanos – políticos, sociais e, fundamentalmente, humanísticos.
Segundo ele, “é essa experiência de vida que procuro retratar em meus livros História da Insensatez Humana e Fragmentos da Sabedoria Humana”, lançados em português e inglês em formato digital em seu site www.rotenberg.com.br, recém inaugurado, um “presente” de aniversário.
Insensatez e fragmentos de sabedoria
Infelizmente, até o presente, continua pertinente a grande indagação que se fazem todos os homens de bem: “Por que a humanidade continua tão bárbara, tão insensata?”. Assim nasceu o livro “História da Insensatez Humana”. Livro que prova ao leitor que a humanidade optou por um caminho equivocado, cujas consequências são o sofrimento, a angústia e o temor pelo futuro de sua própria espécie. Cabe ao homem, portanto, pensar em trilhar por outro caminho, aquele do qual jamais deveria ter se desviado.
É para ajudar ao ser humano em geral, e a juventude em particular, a mudar seus conceitos fundamentais de vida e, em decorrência encontrar a sua razão de viver e a felicidade que tem direito que o autor elaborou o “Fragmentos da Sabedoria Universal”.
Considerando relevantes ambos os livros, a Seção de Intercâmbio da Biblioteca Nacional distribuiu 1.600 exemplares às principais bibliotecas do Brasil e do universo.
Perfil:
Cursando o ginásio, no Rio de Janeiro, teve a sorte de conviver com grandes mestres, que lhe exigiram que procurasse as bibliotecas públicas e participasse de um concurso de redação, ganhando um prêmio. Aos 16 anos começou a tomar consciência da insensatez humana e, aos 18, seguindo o idealism, ingressou na política partidária de esquerda querendo reformar o mundo.
Em 1948 ingressou na primeira turma da Escola Politécnica da PUC-RJ onde mobilizou seus colegas na feitura de apostilas de todas as matérias dadas no 1º e 2º anos, quando dela foi expulso após sua prisão pelo Estado por atividades políticas subversivas. Mesmo pobre, tendo que se sustentar – dando aulas particulares durante o dia e, à noite, tocando violino em eventos diversos -, um ano após sua expulsão prestou o vestibular e ingressou na Escola Nacional de Engenharia, hoje da UFRJ. Poucos anos depois de formado, Rotenberg dedicou-se inteiramente à vida empresarial no campo da engenharia de sua especialização.
Mas algo lhe faltava. Passou, então, a interessar-se pelas religiões iniciáticas, principalmente as relacionadas com o Antigo Egito e pelos pensamentos dos grandes filósofos gregos, entre eles Platão e Aristóteles. Depois peregrinou por religiões ocidentais, mais próximas a ele, como a judaica, alguns segmentos da católica e a kardecista. Atormentado por suas inquietudes, em cada uma delas dedicou-se de corpo e alma, buscando encontrar dentro de si a mesma fé que via nos rostos e atitudes dos adeptos de cada uma delas.
Em 1982 encontrou a Logosofia, criada por Carlos Bernardo González Pecotche, mestre de sabedoria e humanista. Pesquisando os ensinamentos contidos na ciência logosófica, descobriu que, por influência das igrejas, era considerado como mistério tudo que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender, por ser impenetrável à razão humana, o que muito o incomodava. Já Pecotche ensina que não há mistério para uma mente preparada; daí ser um dos objetivos da Logosofia preparar a mente de seus cultores para compreender todos os mistérios da Criação.