A mudança que ocorre na demografia brasileira tem contribuído para uma melhor percepção dos idosos, que passaram a ganhar mais respeito, perder conceituações negativas associadas a eles e, consequentemente, adquirir maior participação como consumidor. Portanto, novos conceitos, novas imagens e, sobretudo, novas formas de gestão do envelhecimento emergiram a partir dessa realidade. Os idosos que, até então, eram discriminados pela sociedade capitalista, passaram a ganhar maior importância social, política e econômica, e a fazer parte de um mercado recém-descoberto e promissor no Brasil.
Nathale Belfort
No entanto, embora esse segmento tenha sido identificado como um mercado promissor e de grande potencial, ainda é possível perceber que a indústria calçadista se concentra, principalmente, em atender os consumidores mais jovens. Assim, Nathale Belfort, da Nottingham Trent University, fez recentemente uma pesquisa online com o objetivo de analisar o espaço reservado para os consumidores maduros na indústria brasileira de calçados, observando as lacunas existentes no atual mercado e as melhorias necessárias, a fim de satisfazer plenamente às necessidades desse consumidor.
Comentários sobre o tema da pesquisa
Maria Auxiliadora Lustosa Coelho: Adorei a pesquisa de Nathale, pois ela relata, de forma muita clara, a angústia das mulheres, a partir dos 50 anos, uma vez que elas se sentem jovens e, por isso mesmo, buscam se apresentar como pessoas de bom gosto, atentas às tendências da moda, revelando, assim, que são pessoas atuantes, produtivas e integradas ao mundo moderno. Como o modo de se vestir revela um pouco do nosso mundo interior, é necessário que o mundo da moda, de modo especial, o setor calçadista, fique atento a essa mudança cultural e produza calçados que congregue beleza, modernidade e conforto, para atender a esse novo mercado tão promissor.
Erli De Oliveira Muniz: Gostei muito da pesquisa, quando jovem usei o que pude de calçados altos e na moda, mas confesso que agora com 69 anos meus pés exigem conforto. Que maravilha os fabricantes pensando nas condições de conforto, beleza e modernidade, pois ainda somos mulheres vaidosas! Abraços.
Maria Ignez Costa: A não ser que a mulher seja muito idosa ou possua alguma problema de locomoção eu não vejo por que as mulheres da terceira idade tenham que ter sapatos diferentes. Eu não abro mão do meu salto muito alto e somente vou deixar de usar quando não puder mais andar.
Aguardamos o resultado da pesquisa realizada apenas com mulheres acima de 50 anos. Quais serão os resultados?