Redação Portal
A mulher considerada mais velha do mundo é a japonesa Misao Okawa (foto), de 116 anos.
New England Estudo Centenário (NECS) da Universidade de Medicina de Boston tem a maior coleção de dados sobre centenários do mundo. Desde 1995, quando o estudo começou, o número de centenários passou de 1 para cada 10.000 pessoas para 1 a cada 5.000 nos Estados Unidos. NECS tem 130 indivíduos cadastrados com 110 anos de idade ou mais. Grupo conhecido como supercentenários.
O Dr. Thomas Perls, professor de medicina no Centro Médico de Boston e diretor do NECS, em declarações à FoxNews.com, disse que “Em qualquer momento nos EUA, há cerca de 70 supercentenários vivos”.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que chegam a 100 anos de idade adquirem doenças relacionadas à idade, incluindo as cardíacas, derrames, diabetes, câncer, hipertensão e doença de Alzheimer, mas tendem a lidar com essas doenças muito melhor do que outros mais jovens. Em outras palavras, eles encontram uma maneira de viver com estas doenças, ao invés de morrer por causa delas.
Segundo os estudiosos, os supercentenários parecem gastar, em média, apenas os últimos cinco anos de vida com alguma doença relacionada à idade. Perls estima que 70% do processo de envelhecimento pode ser atribuído a comportamentos relacionados à saúde, enquanto 30% é genética.
“A maioria de nós deve ser capaz de chegar aos 90”, disse ele. Para ele, “basta ajudarmos nossos genes e não lutar contra o tempo”. Ajudar significa não fumar, beber, fazer exercícios regularmente, evitar carne vermelha e administrar bem o estresse. De acordo com os pesquisadores, genes protetores que retardam o envelhecimento podem ser responsáveis pelo tempo de vida extra de supercentenários.
Perls e sua equipe descobriram que, enquanto a maior parte da população envelhece de forma diferente, aqueles que vivem muito, vidas muito longas são clinicamente semelhantes e provavelmente também geneticamente semelhantes – e “incrivelmente raras”.
Pesquisas anteriores do grupo descobriu que 130 genes parecem desempenhar um papel em retardar o processo de envelhecimento. Compreender os caminhos bioquímicos destes genes pode um dia ajudar os cientistas a desenvolver drogas para combater as doenças relacionadas à idade.
Mulheres são mais centenárias
Há mais centenários do sexo feminino (85%) do que do sexo masculino (15%), uma diferença que o Perls chama de uma faca de dois gumes. Embora mais mulheres vivem por mais tempo, elas também são as mais propensas a viverem com doenças relacionadas à idade e suas deficiências. Segundo ele, homens que vivem até as idades extremas são menos propensos a serem afetados pelas doenças e, portanto, mais independentes do que as mulheres.
Enquanto a geração de baby boomers envelhece, o número de centenários nos EUA vai continuar a subir. Atualmente, há entre 50.000 a 60.000 centenários que vivem nos EUA – e esse número deverá crescer para algo entre 800 mil a 4 milhões para o ano de 2060. Para Perls, como os supercentenários são tão raros, estima que essa população poderia dobrar de hoje para cerca de 120-140 no ano de 2060.
Perls declarou à imprensa que “Se nós temos um monte [de centenários], que é um marcador de uma sociedade relativamente mais saudável, é porque as pessoas estão envelhecendo e chegando lá, principalmente por causa de melhores hábitos de saúde, melhor acesso a cuidados médicos [e] melhores condições socioeconômicas que permitem que as pessoas, pelo menos, cheguem até seus 80 anos”. Por isso ele acredita que as pessoas ao terem cada vez mais hábitos de vida saudáveis, têm mais chance de chegarem aos 100 anos.
Em tempo: Brasil tem supercentenários com 126 anos
Uma matéria publicada recentemente na mídia brasileira tinha como título “SP: homem completa 126 anos e pode ser o mais velho do mundo”. De acordo com a matéria, José Aguinelo dos Santos, que nasceu em um quilombo em Pedra Branca, no interior do Ceará, em 7 de julho de 1888, quase dois meses depois que a Lei Áurea extinguiu a escravidão no Brasil. A reportagem traz uma foto do RG comprovando a data de nascimento de José Aguinelo. Muitas pessoas com a idade mais avançada não tem documentos que provem a idade.
Segundo registro do Guinness World Records, o homem antes considerado o mais velho do mundo morreu em junho com 111 anos. O polonês Alexander Imich era químico e parapsicólogo aposentado, e morava nos Estados Unidos.
No último Censo demográfico realizado no país (IBGE, 2010), o Brasil contava com 24.236 pessoas com 100 anos ou mais, sendo 7.247 homens e 16.989 mulheres. Entre essas mulheres está a bisavó Fransquinha (foto) de nosso colaborador, Jarison Brito, do Ceará, que este ano completou 107 anos e que temos acompanhado e homenageado em nossa fanpage.
Referências
Zaparolli, Talita. SP: homem completa 126 anos e pode ser o mais velho do mundo. Disponível Aqui Acesso em 07/07/2014.
Kwan, Nicole. Supercentenarians: How they live to over 110. Disponível Aqui . Acesso em 18/06/2014.