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Como organizar a casa quando o idoso mora com a família?

Encontrar um lugar compatível com os desejos e necessidades do idoso pode significar algum sacrifício de espaço ou uso de móveis, especialmente nos dormitórios. É sempre importante colocá-lo em local com banheiro próximo, considerando necessidades básicas muitas vezes urgentes. Luz auxiliar também pode prevenir incidentes, portanto compartilhar ambientes de dormir poderá gerar conflitos ou desconfortos.

Maria Luisa Trindade Bestetti *

 

Ao decidir sobre a melhor maneira de acomodar um parente idoso, a primeira reação sempre é a de mantê-lo junto à família, o que é realmente preferível. Mas é preciso pensar em fatores de ambiência que afetam todos: esse indivíduo vai sair da sua casa e pode sentir-se deslocado de importantes elementos da sua memória. Mesmo que um cuidador familiar mude-se para a casa dele, nova dinâmica passará a existir a partir dos hábitos desse novo morador, especialmente se for acompanhado com crianças.

Para os parentes mais jovens, encontrar um lugar compatível com os desejos e necessidades dele pode significar algum sacrifício de espaço ou uso de móveis, especialmente nos dormitórios. Além disso, é sempre importante colocá-lo em local com banheiro próximo, considerando necessidades básicas muitas vezes urgentes. Luz auxiliar também pode prevenir incidentes, portanto compartilhar ambientes de dormir poderá gerar conflitos ou desconfortos.

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Afinal, sempre haverá choque de gerações? Quem deve ser priorizado nessas decisões?

Pelo meu ponto de vista, se a decisão for a de manter a família unida para racionalizar o atendimento a todos, deve-se considerar o envelhecimento de todos! É preciso considerar alguns ajustes de rotinas para compatibilizar diferentes ritmos de vida, principalmente sem desconsiderar o potencial do morador idoso em colaborar ativamente para que a casa funcione e a harmonia se mantenha. Penso que é muito difícil, se não impossível, que alguém seja feliz se outro membro da família não estiver também.

Geralmente acomodam-se as pessoas à estrutura original da casa, sem pensar em mudar alguns usos de modo a compatibilizar a nova fase da vida. Pequenas reformas podem tornar os espaços disponíveis mais adequados, mantendo a privacidade e estimulando a autonomia.

É possível até alterar o uso original de um ambiente e integrar outros antes fragmentados, flexibilizando através de painéis deslizantes, móveis modulares e revestimentos de fácil manutenção.

Também é interessante pensar que a presença de um novo morador, mesmo sendo idoso, pode ser um ganho expressivo para todos, pois incumbências importantes seriam assumidas para manter a atividade e cooperar na produção do bem-estar. Se evitarmos pensar de modo restrito, como quem faz caridade, a inserção deste indivíduo pode significar a manutenção da paz e da harmonia no ambiente doméstico.

* Maria Luisa Trindade Bestetti é arquiteta e pesquisa sobre as alternativas de moradia para idosos no Brasil, especialmente sobre a habitação mas, também, o bairro e a cidade que a envolvem. Blog Acesse Aqui

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