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Idoso faz academia investir em aparelho

Empresas, escolas, academias de ginástica, companhias aéreas, aeroportos, estádios de futebol, clubes de recreação e até condomínios estão sendo equipados com os desfibriladores externos automáticos, que custam em torno de US$ 2.000 a US$ 4.000.

 

A maioria desses locais já possuía programas de primeiros socorros e, agora, passou a treinar os funcionários para lidar com o desfibrilador. Os cursos são dados por instituições médicas, como o Incor e o hospital Albert Einstein, ou pelas empresas que comercializam o aparelho.

No mês passado, a Cia Athlética equipou cada uma das nove academias de ginástica com um aparelho. Com a compra dos equipamentos e treinamento de funcionários para manuseá-los, a empresa investiu de R$ 15 mil a R$ 20 mil por unidade, segundo o diretor Oscar França.

Uma das razões que levaram a empresa a adquirir os desfibriladores automáticos foi o crescente número de clientes idosos. Hoje, 10% deles têm mais de 60 anos. “É um fato novo, e precisamos nos preparar para oferecer segurança a esse público. Mas esperamos nunca ter de usar [os desfibriladores]”, diz França.

Na Varig e na American Airlines, os desfibriladores estão incorporados à rotina. Na primeira, metade da frota já foi equipada com os aparelhos. Segundo o gerente-geral médico da empresa, Paulo Magalhães, a prioridade são os vôos longos e da ponte aérea Rio-São Paulo. “Há muito executivo estressado”, brinca, referindo-se à clientela que utiliza a ponte aérea.

Magalhães afirma que há mais risco de a pessoa morrer dentro do avião do que de um acidente aéreo. “Daí a preocupação de a empresa equipar as aeronaves com os desfibriladores. Em caso de morte súbita, é a única chance de a pessoa sobreviver.”

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Em seis anos de uso, o aparelho foi utilizado uma única vez no interior da aeronave, de acordo com o médico. O passageiro foi ressuscitado no interior do avião, mas morreu ao ser transportado para o hospital. Entre funcionários e voluntários, a Varig já treinou 4.000 pessoas para lidar com os desfibriladores.

Levantamento da American Airlines mostra que, de junho de 1997 a julho de 1999, o desfibrilador foi usado em 200 pacientes: 191 no interior das aeronaves e nove nos terminais aeroportuários. A taxa de sobrevivência após a desfibrilação -com alta hospitalar- foi de 40%.

Segundo Erli Rodrigues, diretor da American Airlines no Brasil, hoje, todas as mil aeronaves da empresa estão equipadas com desfibriladores. Recentemente, Rodrigues adquiriu um aparelho para deixar no escritório em São Paulo, onde trabalham 140 funcionários. “Espero nunca usar.”

Cuidados preventivos é que não faltam. Rodrigues, 57, faz dois check-ups por ano e diariamente treina na academia particular instalada na sua casa. Pratica alongamento, musculação, esteira, bicicleta e natação.

Proprietário de uma casa em um condomínio em Boituva (SP), o clínico-geral Milton Glezer convenceu a administração do local da necessidade de integrar o desfibrilador automático ao programa de primeiros socorros.

“Há uma grande concentração de pessoas acima de 40 anos que, mesmo sem avaliação física adequada, joga tênis e corre no sol, situações em que pode ocorrer um infarto”, diz Glezer.

A filial brasileira da norte-americana Alcoa, líder mundial na produção de alumínio, tem nove desfibriladores em fábricas e escritórios, além de outros equipamentos de segurança. A cada seis meses, funcionários fazem novos treinamentos, alguns que simulam situações de emergência, segundo Márcia Brugni, consultora corporativa de saúde e segurança da Alcoa na América Latina.

Para o empresário Fernando Vaz Eichler, que revende uma das marcas de desfibriladores, além de investir na segurança, muitas empresas que adquirem os aparelhos querem evitar eventuais pedidos de indenização por omissão ou negligência no socorro médico. (CLÁUDIA COLLUCCI)

Fonte: Folha de S. Paulo, 03/10/2004

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