No Censo passado, realizado há dez anos, o número de idosos era de 14,5 milhões (8% da população total). Hoje, o Brasil tem 18 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, o que já representa 12% da população brasileira.
Apesar desse crescimento significativo de idosos, o dado mais relevante é que somos, pela primeira vez na história recente, uma nação cuja maior parcela da população é predominantemente adulta e em idade ativa, ou seja, um em cada cinco brasileiros tem entre 20 e 29 anos de idade, o que signifca dizer que por duas décadas o país terá as condições propícias para se desenvolver já que estará no auge da sua força produtiva, enquanto as crianças e os idosos (ambos dependentes daqueles que trabalham) representarão um porcentual menor na população. Esse fato é chamado “bônus demográfico”, pelo qual já passaram algumas nações que se tornaram ricas e desenvolvidas. A estrutura etária da população, que era uma pirâmide, passou a assumir a forma de uma gota.
Passada a euforia e aproveitadas todas as possibilidades de crescimento que o país pode alcançar nessas duas décadas seguintes por conta do “bônus demográfico”, deve-se voltar os olhos imediatamente para o rápido crescimento da população idosa, que em poucos anos irá mudar completamente esse atual quadro demográfico e, fará surtir efeitos significativos em todos os níveis da sociedade.
Mas o que tem feito o país crescer em número de idosos?
O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade, e é acompanhado por mudanças dramáticas nas estruturas e nos papéis da família, assim como nos padrões de trabalho e na migração.
Para o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, “As projeções apontavam que em 2020 teríamos 1,8 filho por mulher. Em 2008, tivemos a informação que as mulheres brasileiras já têm, em média, 1,8 filho. Isso nos mostra que o Brasil está no meio de uma transição demográfica”.
“Se fizermos uma projeção para 2020, veremos que haverá perda de 30 milhões de brasileiros, ou seja, são menos pessoas trabalhando e mais pessoas idosas. Teremos que dar conta não só da aposentadoria como das políticas públicas para essas pessoas”, explica Gabas.
Segundo o ministro, esse novo quadro ainda demonstra que as mulheres estão ocupando cada vez mais espaço no mercado de trabalho. “Isso é muito positivo para o país, mas traz o reflexo no número de filhos”, avalia Gabas. “As pessoas estão se formando mais tarde, especializando-se mais e depois entrando no mercado de trabalho. Isso tem reflexo direto no crescimento da população”.
Prevenção para evitar problemas futuros
Para ele, o mercado precisa se organizar e o Estado brasileiro tem que se preocupar com essa população que vai crescer em pouco tempo. “O comportamento da arrecadação reflete que há uma mudança e significa que temos uma Previdência equilibrada. É hora de conversar com a população para saber qual o tipo de Previdência que ela quer no futuro. Esse é um debate que precisa ser colocado e é uma questão necessária”, destaca Gabas.
Para o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, em 2050 o Brasil apresentará uma estrutura etária muito semelhante à existente hoje na França: “Temos 40 anos de prazo para pensar soluções, porque o futuro sempre chega”, afirmou.
Profundas mudanças em planejamento urbano
Os desafios que essas mudanças impõem são inúmeros, inclusive no planejamento urbano das cidades e na mudança do equipamento urbano para atender a uma população que envelhece rapidamente.
“Os pisos, degraus, banheiros, a altura de portas de ônibus, tudo terá de ser modificado para acolher mais e mais pessoas de idade”, aponta o presidente do IBGE, Eduardo Nunes. Ele destaca ainda que o Brasil: “É um país muito diferente do de 2000. Grandes cidades e Estados já não crescem tanto. Longe de ser um sinal de estagnação, trata-se de um momento de maturidade.”
“Caminhamos para uma sociedade que vai parar de crescer, em que o estoque novo de brasileiros vai diminuir. A geração atual, e eu sou de uma família de seis irmãos, não consegue pensar em algo dessa natureza. Mas terá de fazê-lo”, diz Nunes.
Estima-se que, atualmente, cerca de 1 milhão de pessoas cruza a barreira dos 60 anos de idade, a cada mês, em todo o mundo e que até 2025, a população idosa mundial crescerá 2,4% ao ano, contra 1,3% de crescimento anual da população terrestre em sua totalidade.
Na América Latina, entre 1980 e 2025, aumento de 217% da população total, enquanto que o aumento da população acima de 60 anos deverá ser de 412%. No ano 2025 o Brasil terá a 6ª população de idosos em termos absolutos.
Estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população idosa poderá exceder 30 milhões de pessoas ao final deste período, chegando a representar quase 13% da população total. É definitivamente um número assustador e a questão é, estamos de fato nos preparando para isso?
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