Pessoas com artrite reumatoide têm índices próximos do sedentarismo, além disso fadiga e depressão também são mais frequentes. Não se sabe até que ponto a doença leva aos índices mais elevados de sedentarismo, fadiga e depressão, mas sabe-se que os exercícios físicos podem melhorar esses três parâmetros.
José Maria Santarem (*)
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Estudos atuais indicam que a artrite reumatoide, uma doença reumatológica que afeta as articulações, inclusive das mãos e dos pés, melhora com a realização de exercícios.
Na Europa, associações para atividades físicas, como as francesas, por exemplo, acreditam que os exercícios resistidos, mais conhecidos como musculação, não devem ser negligenciados pelas suas qualidades.
Pessoas com artrite reumatoide têm índices próximos do sedentarismo, além disso fadiga e depressão também são mais frequentes. Não se sabe até que ponto a doença leva aos índices mais elevados de sedentarismo, fadiga e depressão, mas sabe-se que os exercícios físicos podem melhorar esses três parâmetros.
Outra questão é a aterosclerose. Pacientes com artrite reumatoide tendem a apresentar uma evolução dessa doença. Para contrabalançar, a atividade física parece diminuir a progressão da aterosclerose por vários mecanismos, entre eles, o aumento do fluxo sanguíneo e a melhora dos canais antioxidantes. Os exercícios resistidos têm sido identificados como os mais eficientes para estimular a produção das citocinas anti-inflamatórias.
Não podemos deixar de lado ainda a possibilidade dos pacientes com artrite reumatoide desenvolverem a osteoporose. Os exercícios resistidos, mais uma vez, são os mais eficientes para estimular o fortalecimento ósseo sem impacto, que é um fator de lesão de difícil controle.
As atividades físicas reduzem as dores em geral trazendo grande benefício para a qualidade de vida das pessoas com artrite reumatoide.
O treinamento resistido foi considerado eficiente para controle de dores, diminuição de indicadores inflamatórios e melhora da funcionalidade, sem efeitos adversos detectados. Ainda podem ser adaptados para as situações de dores em qualquer articulação, são mais eficientes para fortalecer músculos e ossos, não produzem desconforto respiratório, apresentam alta aderência e são comprovadamente eficientes para promover saúde cardiovascular.
Portanto, pacientes com artrite reumatoide devem praticar exercícios resistidos moderados, levando-se em conta todos os benefícios que geram mais qualidade de vida e, principalmente, menos dor.
(*)José Maria Santarem é médico reumatologista e fisiatra, coordenador de pós-graduação na Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, consultor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte e diretor do Instituto Biodelta.