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Aprender com os mais “velhos”

Duas notícias recentes de Portugal chamaram nossa atenção pelas lições a serem extraídas de um país já bem envelhecido. Uma delas nos faz pensar sobre o que acontece com os equipamentos urbanos de uma cidade quando seus habitantes envelhecem. É comum vermos em algumas partes de São Paulo o abandono de certos patrimônios abandonados. O que fazer com eles?

Beltrina Côrte

 

A primeira delas trazia como título a seguinte manchete: “Escolas aproveitadas para acolher idosos e associações”. E noticiava que quatro escolas primárias desativadas da freguesia de Jou (área de montanha de Murça), estavam sendo adaptadas para um centro de apoio ao idoso, ajudando os mais velhos na aquisição de medicamentos e alimentos, e sedes de associações locais, evitando assim o isolamento social.

Estas adaptações dos equipamentos urbanos fazem parte de um projeto intitulado “Jou Solidário”, com o objetivo de funcionar como um centro dia, acolhendo entre 25 a 30 idosos, desenvolvendo um apoio que eles chamam alargado, que vai desde a compra de alimentos até aos medicamentos para quem já não consegue ou não tem como se deslocar. Nesses espaços os idosos podem ainda pagar suas contas de água e luz.

A escola adaptada terá espaço para a área da saúde, cultura, animação social e poderá acolher outras associações da freguesia. Outras escolas também estão sendo adaptadas (Vale de Égua, Penabeice e Aboleira). Em algumas delas a comunidade local ajudou em algumas das intervenções.

A freguesia de Jou tem cerca de 750 habitantes e abrange os lugares de Aboleira, Banho, Castelo, Cimo de Vila, Freiria, Granja, Novainho, Rio, Mascanho, Penabeice, Toubres e Vale de Égua. A autarquia defende que estes equipamentos devem servir as populações, impondo apenas como condições que não sejam transformados em cafés ou casas mortuárias.

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Intergeracionalidade

A segunda notícia, intitulada “Câmara de Viseu quer idosos a acolher jovens estudantes”, assinalava que estavam identificando pessoas idosas no centro histórico da cidade dispostas a acolher jovens estudantes nas suas casas, com o objetivo de colocar em prática o projeto intergeracional «Aconchego», plataforma da candidatura política de Almeida Henriques, hoje presidente da Câmara de Viseu.

O programa consiste em a pessoa mais velha disponibilizar o alojamento «por um preço quase simbólico, com a obrigatoriedade de o jovem poder também acompanhar o idoso». A notícia assinalava ainda que “a autarquia pretende, não só incentivar a solidariedade entre os mais novos e os mais velhos, mas também contribuir para povoar cada vez mais o centro histórico.

Ambas as notícias poderiam fazer parte de programas municipais brasileiros, fortalecendo laços comunitários a partir da readequação de equipamentos urbanos como também ampliar e fortalecer relações intergeracionais, além de um reuso do centro, como o de São Paulo, sem ter que gastar muito dinheiro público.

Referências

Diário Digital com Lusa – Câmara de Viseu quer idosos a acolher jovens estudantes. Disponível Aqui. Acesso em 23/02/2014.

MAIA, Ana. Escolas aproveitadas para acolher idosos e associações. Disponível Aqui. Acesso em 19/2/2014.

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