O novo pacote de ferramentas disponibilizado pela OMS incentiva o envelhecimento saudável com um modelo de assistência coordenado e centrado na pessoa.
O aplicativo digital WHO ICOPE Handbook App acabou de ser lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se, na realidade, de um pacote de ferramentas, entre eles o aplicativo digital, que ajuda assistentes sociais e de saúde a oferecerem melhores cuidados às pessoas idosas. O App, que está disponível apenas para dispositivos Android, permite abordar condições prioritárias das pessoas, como as limitações de mobilidade, má nutrição, perda de visão e audição, declínio cognitivo, sintomas depressivos e assistência e suporte social.
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Em declarações à imprensa, Anshu Banerjee, diretor do departamento da OMS que trata de saúde materna, neonatal, infantil, do adolescente e envelhecimento, disse que “É essencial que os serviços para pessoas idosas sejam incluídos nos pacotes universais de assistência médica. Ao mesmo tempo, é preciso haver uma boa coordenação entre os serviços de saúde e sociais para oferecer um atendimento ideal quando necessário. O novo pacote de ferramentas incentiva o envelhecimento saudável com um modelo de assistência coordenado e centrado na pessoa”.
O App usado em conjunto com um pacote de ferramentas Integrated Care for Older People, incluindo um novo manual, busca acelerar o treinamento de assistentes sociais e de saúde para melhor atender às diversas necessidades das pessoas mais velhas. É o resultado de dois anos de extensas consultas com especialistas e partes interessadas, incluindo representantes da sociedade civil.
A justificativa para o lançamento do pacote de ferramentas, inclusive o aplicativo digital, é o envelhecimento acelerado da população mundial. Segundo dados da ONU, até 2050, uma em cada cinco pessoas terá mais de 60 anos. O número de pessoas com mais de 80 anos deverá triplicar, de 143 milhões em 2019 para 426 milhões em 2050.
Na matéria publicada pelo Portal do Envelhecimento, Envelhecimento populacional no Brasil e no mundo segundo as novas projeções da ONU, o demógrafo José Eustáquio Diniz Alvez já assinalava que “os dados mostram que o envelhecimento populacional no mundo e no Brasil alcançará cifras recordes, nunca, nem de perto, vistas na história da humanidade. As economias mundiais e nacionais terão que lidar com uma estrutura etária desfavorável do ponto de vista da produtividade e as diferentes nações terão que se preparar para as consequências de uma alta razão de dependência demográfica”.
O pacote de ferramentas atende assim a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os quais reconhecem que o desenvolvimento só será possível se incluir pessoas de todas as idades. Lideranças da OMS entendem que o empoderamento da pessoa idosa e sua plena participação e inclusão social, com boa saúde, são formas de reduzir as desigualdades.
Por isso, Islene Araujo de Carvalho, líder do grupo sobre envelhecimento e cuidados integrados da OMS, disse que “essa inovação permitirá que as pessoas idosas continuem fazendo as coisas que valorizam, impedindo o isolamento social e a dependência de cuidados”. Segundo ela, “intervir perto de onde essas pessoas vivem, com a participação ativa da comunidade e dos próprios idosos, é essencial para um plano de atendimento personalizado”.