Artigo recente de Rebecca Greenfield traz ao cenário da longevidade a jornalista estadunidense, Gloria Steinem, célebre por seu engajamento com o feminismo e sua atuação como escritora e palestrante, desde a década de 1960.
Na realidade, Rebecca Greenfield faz uma crítica a um artigo publicado em março na capa da revista New Republic (The Brutal Ageism of Tech. Years of experience, plenty of talent, completely obsolete). Segundo ela, no Vale do Silício há um problema de preconceito de idade, de tal forma que pessoas de 40 anos de idade, tentando serem contratadas por fundadores de empresas novas com apenas 20 anos, recorrem ao botox.
Para Rebecca, a coisa toda é absurda e triste, e a prática de só contratar “pessoas que têm o seu melhor trabalho à sua frente, não atrás”, como proclama a empresa de TI ServiceNow, é equivocada. Ela reconhece que os jovens têm energia ilimitada e podem oferecer uma certa perspectiva valiosa para uma empresa. Mas muitas pessoas melhoram com a idade, e têm décadas de experiência e sabedoria que não pode ser igualada por alguém que saiu da faculdade há dois meses. E traz como exemplo, Gloria Steinem, nascida em 25 de março de 1934.
Segundo Rebecca Greenfield, como figura pública, Gloria Steinem nunca escondeu sua idade, pelo contrário. Ao longo de sua vida ela remodelou a forma como as pessoas veem o envelhecimento, derrubando o preconceito em relação a idade existente na cultura americana. Aos 40 anos, época em que era comum as mulheres com mais de 30 anos mentirem sobre sua idade, ela disse a um repórter: “Isto é o que se parece com 40”.
Desde então, ela, a cada nova década, diz com orgulho amar envelhecer. Mas confessa que aos 50 levou um choque, porque era o fim do período do centro da vida. Ela declarou ao New York Times: “Uma vez que eu superei isso, 60 foi ótimo, 70 foi ótimo e eu amei, eu realmente amei envelhecer. Eu me peguei pensando coisas como: ‘ Eu não quero nada que eu não tenho’. Quão ótimo é isso!”.
Em seu artigo, Rebecca Greenfield assinala que os jovens que gerenciam empresas do Vale do Silício devem tomar nota: nem todos com idade superior a 28 são decrépitos, e que um dia eles serão considerados velhos por outros. E pergunta: “Não seria bom se até lá as pessoas realmente respeitassem e valorizassem os seus anos de experiência?
Referências
GREENFIELD, Rebecca. At 80, Gloria Steinem proves once again that ageism is really stupid. Disponível Aqui. Acesso em 18/04/2014.
SCHEIBER, Noam. The Brutal Ageism of Tech. Years of experience, plenty of talent, completely obsolete. Disponível Aqui. Acesso em 18/04/2013.