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Além de morar na própria casa, onde mais os brasileiros habitam?

Senhora de cabelos grisalhos longos e camisa xadrez abre a porta para voluntário

A opção por morar em instituições é menos frequente no Brasil do que em outros países envelhecidos. 


Ao longo da vida, nem sempre morar em domicílios residenciais unifamiliares são a única alternativa, a depender da circunstância social e econômica do indivíduo.

moradias permanentes e outras transitórias, e o censo do IBGE em 2022 trouxe um panorama desta distribuição da população brasileira:

Em 2022, o Brasil tinha 160.784 pessoas vivendo em asilos ou instituição de longa permanência para idosos, segundo os dados do último Censo, divulgados (…) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso representa 0,5% da população com mais de 60 anos no país (32,1 milhões).

As mulheres são a maior parte dos moradores nessas instituições, visto que, historicamente, são mais longevas e sozinhas na velhice. Mesmo assim, a opção por moradias institucionais ainda é menos frequente no Brasil do que em diversos outros países, envelhecidos há mais tempo. 

Outro dado é o número de pessoas vivendo em clínicas psiquiátricas ou comunidades terapêuticas (24.287). Essa população é majoritariamente masculina e com idades entre 30 e 59 anos.

Desde a desospitalização dos hospitais psiquiátricos, a permanência desses pacientes com a família aumentou consideravelmente, mas a população que faz uso de drogas ilícitas também se tornou mais significativa. Nesse caso, esses serviços têm aumentado em função da crescente procura.

Segundo o IBGE, a população vivendo em penitenciárias, centros de detenção e estabelecimentos similares chegou a 479.191 no último levantamento. (…) O IBGE também constatou que havia 7.514 pessoas vivendo em unidades de internação de menores, ou seja, unidades socioeducativas voltadas para adolescentes em conflito com a lei. 

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A maioria dessas pessoas detidas em penitenciárias ou unidades socioeducativas são homens e alguns passam muito tempo encarcerados. Portanto, essas instalações podem ser consideradas como moradias transitórias.

Outros dados divulgados pela pesquisa (…) foram os totais de moradores de hotéis ou pensões (46.269), de alojamentos (30.090), de abrigos, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis (24.110) e de abrigos, albergues ou casas de passagem para população em situação de rua (11.295).

Pessoas, em quaisquer idades, moram em suas próprias casas e em outros lugares, ocasionalmente. As moradias institucionais para pessoas idosas são soluções quando é necessário um cuidado mais intensivo, mas ao longo do envelhecimento outras situações podem acontecer, determinando soluções nem sempre desejáveis.

Ao analisar os dados levantados pelo censo 2022, percebe-se claramente que, para muitos, a moradia na velhice é diferente do lar tradicional e, portanto, nem sempre é uma opção.

Foto de RDNE Stock project/pexels.


Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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