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Adeus à solidão de domingo

A síndrome das tardes de domingo – sentida principalmente por pessoas que moram sozinhas ou são idosos – conta agora com um antídoto: a Internet, que ganha reforço com a popularização das redes sociais digitais, a partir dos anos 1990. O assunto vem chamando a atenção de estudiosos sobre o assunto, uma vez que o domingo passou a ser conhecido como o dia da conexão. Ou seja, as pessoas elegeram esse dia da semana para colocar a correspondência em dia, em outras palavras, responder aos e-mails.

 

 

Só que de uns tempos para cá, basta uma rápida passada pela web para perceber que as tardes de domingo estão sendo prolongadas. As pessoas não só colocam a correspondência em dia, como também aproveitam para interagir com os amigos via redes sociais. Enquanto outros entram em sites e, por meio de chats, começam amizades que podem saltar do ciberespaço para o mundo real. Na mira de alguns pesquisadores, desde os anos 1970, as redes sociais digitais servem para constatar uma das principais necessidades do ser humano, que é estar se relacionando com os outros semelhantes.

Ser social

Marcio Acselrad, professor de Comunicação Social e Psicologia Social da Universidade de Fortaleza (Unifor), lembra que o homem é um ser social, portanto precisa se relacionar com as outras pessoas. Na sociedade contemporânea, “acho que é preciso discutir o que se entende por conexão. As pessoas precisam se conectar”. Para o pesquisador, conexão significa justamente a necessidade que o ser humano sente de estar em grupo. Essa realidade vem desde os tempos pré-históricos quando se juntavam pela necessidade de buscar proteção.

Hoje, em tempos de Internet e de redes sociais digitais, essa quase condição do ser humano ganhou o nome de conexão, suscitando muitos questionamentos sobre o seu uso. Existem pesquisas mostrando que a Internet contribui para a aproximação das pessoas, enquanto outras acham que suscita o isolamento, admite. Há outras que culpam o ciberespaço de criar uma falsa sensação de companhia. “O importante é a percepção de que ela não deve substituir a relação pessoal”, pontua Acselrad. Ele explica que existem estudos mostrando que quanto mais a pessoa está conectada às redes sociais, maior é a interação com o mundo real.

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Enquanto o assunto motiva questionamentos no meio acadêmico, por exemplo, as pessoas vão incorporando cada vez mais as mídias sociais digitais ao seu dia a dia.

O arquiteto e professor universitário Marcos Bandeira confessa: “Fico ligado entre 10 a 15 horas por dia”. Seja mediante o uso do celular, Ipad ou computador utilizados no trabalho e em casa. Ele tem na parafernália tecnológica os principais aliados para o seu trabalho.

“Principalmente para a divulgação. Eles estão conhecidos no mundo todo”, diz, citando China, Angola, Estados Unidos e Portugal. Com isso, o arquiteto conseguiu “transcender” e possibilitar maior acesso ao trabalho que desenvolve.

Caminho sem volta

“A Internet é um caminho sem volta”, profetiza a jovem Samia Helena de Souza, que se define como internauta. Seu ingresso no mundo virtual aconteceu há 11 anos. Mesmo reconhecendo as vantagens advindas com essas novas tecnologias digitais, avisa que “é necessário um filtro, além de uma reflexão”.

A internauta destaca como uma das principais vantagens das redes sociais digitais, o acesso rápido à informação, que ultrapassa as demais fontes. Daí, recomendar cautela, alertando para o que ela chama de contrainformações. Quando ficou impossibilitada de acessar, revela que sentiu um vazio. “Não conseguiria viver desconectada”, brinca, embora considere fundamental as relações presenciais.

Fonte: Diário do Nordeste, em 09/05/11. Disponível Aqui

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