Manaus – Se alguém se interessa por uma receita eficiente para assegurar vida longa com saúde, a aposentada Amália Dourado de Araújo Corrêa tem uma, resumida em duas palavras: amor e bom humor. E ela fala com autoridade, afinal comemorou 100 anos de vida hoje, no dia 11 de junho, reunindo os seis filhos, 20 netos, 30 bisnetos e uma trineta em um jantar. Uma celebração, uma homenagem que, segundo Graciete Corrêa, 69, filha dela, ressalta a fortaleza que a mãe sempre representou para todos.
Ana Celia Ossame *
Amazonense de Manaus, a simpática Amália está lúcida e ensina que para chegar bem a essa idade é preciso exercitar o mandamento divino de amar ao próximo. “Sou uma pessoa amorosa”, diz, sob a confirmação de todos. Sem hábitos extraordinários e nem uma alimentação diferenciada, não tem receitas espetaculares. Gosta de frutas, sopa e não tem dificuldades para dormir, hábito mantido por ela sempre em dia. Assiste televisão, especialmente noticiários e filmes românticos. “Gosto de filmes de amor”, diz ela, que não tem problemas de saúde comuns para a idade, exceto a dificuldade para ouvir.
Até os 90 anos de idade, dona Amália praticava natação, mas hoje dá-se ao luxo de “ser preguiçosa” e por isso não faz qualquer exercício físico. Para os que fazem questão de conhecer ingredientes mais palpáveis para a vida longa, ela cita um cálice de vinho de vez em quando e consumo de pimenta na alimentação. “Eu gosto disso”, revela.
As contas na vida de dona Amália são grandes e importantes. Viúva há 60 anos, ela criou sozinha os seis filhos e tem na memória o número de netos e dos bisnetos, alguns dos quais foram a Manaus dos Estados Unidos da América (EUA), Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro. A presença de todos – só dois dos 20 netos não puderam ir – tornou mais emocionante o jantar realizado em um clube. Na festa, não faltaram discursos para celebrar a vida de quem vive, e muito bem, tantos anos. Aliás, como disse o poeta Carlos Drumond de Andrade, “ainda bem que um gênio teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano”. Poder comemorar a cada um deles até a conta de 100, no entanto, com a felicidade explícita nos olhos, só para pessoas especiais como dona Amália Corrêa.
Fonte: Manaus, 11 de Junho de 2011. Da Equipe de A Crítica. Acesse Aqui