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Na mídia, o envelhecimento no século 21

No início do mês de outubro, as manchetes que mais circularam pela internet, jornais e revistas, foram: Relatório aponta 64 milhões de idosos em 2050; Idosos passarão de 1 bilhão na próxima década; Mundo precisa se preparar para envelhecimento, alerta ONU; Em dez anos, mundo terá mais de 1 bilhão de idosos, diz ONU.

 

Todas as matérias versaram sobre o preocupante envelhecimento da população mundial, as ações necessárias para enfrentar o problema e os mitos ainda existentes sobre a velhice e o envelhecimento. Assim a mídia vem contribuindo para um maior conhecimento sobre a situação que envolve nosso longeviver. Resta saber se a sociedade civil, setor privado e diversas instâncias do governo utilizam essas informações a fim de garantir um futuro com dignidade a todos nós.

Informações

O número de idosos mundo afora cresce mais rápido do que qualquer outra faixa etária, anunciou a Organização das Nações Unidas (ONU). Governos precisam planejar como lidar com o envelhecimento.

Hoje, uma a cada nove pessoas no mundo tem mais de 60 anos, somando 810 milhões de idosos. Em dez anos, esse número passará de um bilhão, informou o estudo Envelhecimento no século 21: uma celebração e um desafio, elaborado pelo Fundo Populacional da ONU (UNFPA) e pela ONG HelpAge International.

Em 2050, haverá pela primeira vez mais indivíduos acima de 60 do que abaixo de 15 anos, e 80% desses idosos viverão em países em desenvolvimento. Países hoje de maioria jovem – onde há muito mais trabalhadores do que aposentados – também precisarão, portanto, se adaptar ao envelhecimento populacional.

“O mundo está ficando mais velho rapidamente, e países em desenvolvimento assumirão a liderança em termos de velocidade nesse processo”, declarou Babatunde Osotimehin, diretor executivo da UNFPA. “Em muitos desses países o desafio é que eles não puseram em prática políticas de amparo a suas populações idosas atuais nem se prepararam o suficiente para 2050.”

“Uma expectativa de vida maior foi uma meta que estabelecemos na Conferência Internacional do Cairo sobre desenvolvimento da população em 1994. São necessárias mais medidas para conseguir isso para o mundo todo. Os novos alvos de luta contra a pobreza não devem excluir a população mais velha”, disse Osotimehin.

Esquecimento

O relatório divulgado em Tóquio, alerta para o fato de que as habilidades e conhecimentos dos idosos estão indo para o lixo, com muitos deles subempregados e sujeitos a discriminação, abuso e violência no trabalho e em casa.

“Envelhecimento digno e a efetiva aplicação dos direitos humanos também na velhice precisam ser assegurados para todos”, afirma Osotimehin.

Além disso, muitos dos idosos mundo afora vivem na pobreza e têm dificuldade de acesso a cuidados médicos, tornando-os vulneráveis a doenças crônicas como hipertensão, alertam a UNFPA e a HelpAge International. Ambos os órgãos solicitam que governos acabem com tais “práticas destrutivas e invistam na população mais velha”.

Richar Blewitt, executivo-chefe da HelpAge International, pediu por uma ampliação de programas sociais básicos, incluindo cuidados médicos acessíveis para idosos e abolição de uma idade de aposentadoria compulsória.

A agência da ONU diz que o aumento da expectativa de vida no planeta é “motivo de celebração”, mas alerta para alguns riscos econômicos do envelhecimento da população. “Se não forem tomados os devidos cuidados, as consequências destes temas provavelmente surpreenderão países despreparados”, afirma o documento.

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Desafios

– A UNFPA alerta que o desafio para muitos países emergentes com grande número de jovens é encontrar políticas públicas para lidar com o envelhecimento desta população nas próximas quatro décadas.

– Vencer a discriminação: Um dos problemas enfrentados pelos idosos, segundo a ONU, é a discriminação. O relatório fala que – apesar de 47% dos homens idosos e 24% das mulheres idosas participarem do mercado de trabalho – as pessoas mais velhas continuam sendo vítimas de “discriminação, abusos e violência” em diversas sociedades.

Brasil

No Brasil, a previsão é que o número de idosos triplique de hoje até 2050 – passando de 21 milhões para 64 milhões. Por essas previsões, a proporção de pessoas mais velhas no total da população brasileira passaria de 10%, em 2012, para 29%, em 2050.

O documento traz depoimentos de 1,3 mil idosos em 36 países do mundo, inclusive do Brasil. Um dos depoimentos destacados no relatório é da idosa brasileira Maria Gabriela, de 90 anos, a favor do Estatuto do Idoso, um conjunto de medidas de proteção à população mais velha que foi aprovado no Brasil em 2003.

“No Brasil, México, Estados Unidos e Uruguai, por exemplo, a contribuição dada pelas pessoas mais velhas é substancialmente maior que a que eles recebem”. Ela diz que, desde que o Estatuto foi aprovado, os idosos aprenderam a reivindicar seus direitos – como a meia-entrada para teatro e shows, as filas preferenciais em bancos e passagens gratuitas em ônibus de linha ou intermunicipais.

Mitos silenciosos

O estudo da ONU também fala que existem mitos comuns sobre idosos que nem sempre são amparados pelos números. Uma ideia amplamente difundida é a de que os mais jovens sustentam economicamente os mais velhos através do sistema de previdência. Segundo a UNFPA, em muitos países, inclusive no Brasil, o caso contrário ainda é bastante comum.

“Em termos econômicos, ao contrário da crença popular, um número grande de pessoas mais velhas contribui com suas famílias, ao amparar financeiramente gerações mais jovens, e com as economias nacional e local, ao pagar impostos”, diz o relatório.

Um exemplo extremo apresentado pelo relatório é o da idosa colombiana Ediberta, de 74 anos, que perdeu seu filho devido à violência de guerrilhas no país e, hoje, sustenta financeiramente oito netos com seus poucos rendimentos.

Referências

BBC BRASIL (2012). Em dez anos, mundo terá mais de 1 bilhão de idosos, diz ONU. Disponível Aqui. Acesso em 01/10/2012.

DW (2012). Mundo precisa se preparar para envelhecimento, alerta ONU. Disponível Aqui. Acesso em 01/10/2012.

SOUZA, K. & REGO, R. (2012). Relatório aponta 64 milhões de idosos em 2050. Disponível Aqui. Acesso em 02/10/2012.

UOL (2012). Idosos passarão de 1 bilhão na próxima década. Disponível Aqui. Acesso 01/10/2012.

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